O Secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, visitou, hoje, as zonas de Esposende, afetadas pela erosão e prometeu ação célere para estes problemas, assim como para enquadramento em apoios comunitários do projeto do Parque da Cidade.
Depois de ter assistido à demolição de um apoio de praia, o BariBar, em Apúlia, o governante observou os efeitos da erosão nas praias de Apúlia e Fão e os constrangimentos da barra de Esposende, onde arrancará, em breve, a terceira fase da reabilitação do molhe.
“Fiquei a conhecer alguns dos problemas deste concelho. Há projetos que estão a ser desenvolvidos e há intervenções previstas, porque é fundamental defender a costa e verifiquei que tem sido desenvolvido um excelente trabalho de colaboração entre o Ministério do Ambiente, através da Agência Portuguesa do Ambiente, e a Câmara Municipal”, referiu o secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa.
Recentemente foi anunciada a terceira fase das obras de proteção do litoral, sendo Esposende contemplado com 1,4 milhões de euros.
A intervenção prevê a reabilitação estrutural do Molhe Norte da embocadura do Rio Cávado, numa extensão de 350 metros e contempla, ainda, o reforço das praias com as areias sobrantes das escavações.
Sobre as demolições previstas para a zona de Apúlia, no âmbito do projeto de reabilitação da zona de Pedrinhas e Cedovém, o secretário de Estado garantiu que o processo será sempre concretizado em articulação com as pessoas, tendo a Câmara Municipal como parceira, tal como sempre defendido pelo município.
“Temos verbas reservadas nas candidaturas que fizemos a fundos comunitários”, sustentou o governante sobre a aplicação do Programa da Orla Costeira (POC), salvaguardando a “dinâmica permanente que obriga a monitorizar constantemente as alterações climáticas. Esposende já tem alguns projetos adiantados e outros estão em fase inicial. Vamos dar a máxima atenção “, concluiu.
Para a zona de Apúlia está prevista a renaturalização dos dois quilómetros de frente marítima, tendo como objetivo reduzir a taxa de erosão para 30 centímetros anuais, visto que o recuo fixa-se, atualmente, em dois metros anuais.
“Após a visita aos locais críticos, reunímos para analisar a componente técnica dos projetos previstos, ponderando sobre os pareceres a requerer e projetos a desenvolver. No caso de Cedovém/Pedrinhas estamos na fase de execução e, no âmbito da estratégia local de habitação, estamos a adquirir um terreno e queremos construir um prédio para realojar as pessoas que lá habitam. Queremos requalificar e renaturalizar aquele espaço”, sustentou Benjamim Pereira que alertou para a “urgência” de avançarem as obras de proteção costeira em Pedrinhas, Cedovém, na Bonança e na barra do rio Cávado, “sob pena de estarmos na iminência de uma tragédia”.
“O assoreamento da barra já nos preocupa há muitos anos, porque impede a circulação dos barcos de pesca e coloca em risco a vida dos pescadores, para além de, devido à erosão, expor cada vez mais a cidade”, alertou Benjamim Pereira. “O Município de Esposende já investiu na elaboração de projetos para a restinga/barra e para a erosão em Fão e Apúlia, aguardando-se agora que o Estado cumpra a sua parte”, sustentou.
No caso do Baribar, edifício polémico construído em zona dunar, em adiantado estado de degradação, entendeu o Município de Esposende avançar para a demolição, requalificando a envolvente, o que proporcionará o arranjo urbanístico do local. “Com este ato estamos a contribuir para a reposição do habitat natural, eliminando um elemento estranho que contribui para a forma como tem ocorrido a erosão nesta zona”, disse Benjamim Pereira.
Presentes na reunião com o secretário de Estado estiveram responsáveis da APA, CCDR-N, e do ICNF que manifestaram empenho em continuar a trabalhar com o Município na resolução dos problemas analisados.